Ocupação dos hotéis, que em junho
do ano passado foi de 75%, este ano atinge apenas 30%; turistas dizem que a
festa está ‘desanimada’
POR JULLY CAMILO - do Jornal Pequeno
O setor hoteleiro da capital
maranhense registra uma baixa considerável na ocupação, em relação ao mesmo
período do ano passado. A ocupação dos hotéis, que em junho do ano passado foi
de 75%, neste ano atinge apenas 30%. Segundo dados da Associação Brasileira da
Indústria de Hotéis (ABIH), o turismo em São Luís está sendo prejudicado pela
crise internacional – que inibe o volume de visitantes estrangeiros –, pelas
condições impróprias das praias da capital maranhense para banho e pelas
condições precárias do aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado.
A crise na ocupação dos hotéis
ludovicences é confirmada por gerentes da rede. Pedro Lopes, gerente de
hospedagens do Rio Poty Hotel, situado na Ponta d’Areia, disse que no ano
passado foi registrada uma ocupação de 60%. Este ano, em relação ao mesmo
período, o percentual chega a 30%.
“Temos 120 apartamentos, academia
completa, restaurante e piscina. Indicamos serviços de táxis e agencias de
turismo especializado em passeios para Alcântara e os Lençóis Maranhenses.
Porém, apesar de todos os atrativos, a demanda ainda é tímida. O que tem
movimentado o nosso hotel é o turismo de negócios, pois São Luís é uma capital
de grandes investimentos. Estamos realizando também, promoções de hospedagem
com descontos nas diárias, com o objetivo de atrair mais turistas, afinal o
nosso turismo de lazer praticamente não existe, ainda mais agora com as praias
impróprias para banho”, explicou Lopes.
No Centro Histórico, o
recepcionista David Aguiar, do Lord
Hotel, situado a Rua de Nazaré,
com mais de 50 anos de tradição, contou que este ano o hotel também registra
apenas 30% de ocupação, e que a expectativa é baixa em relação ao mesmo período
do ano passado, quando o hotel já havia registrado 55% nos primeiros dias de
junho.
Aguiar disse que ouviu muitos
turistas reclamarem da sujeira nas ruas e do abandono do Centro Histórico. “Por
aqui recebemos muitos estrangeiros, e acredito que, em decorrência da crise
internacional, a vinda deles ficou bastante comprometida, já que o registro de
hóspedes de nacionalidade internacional foi pequeno até agora. Nós também
estamos com algumas promoções, mas não acreditamos em um possível aumento de
demanda, já que tudo em nosso estado conspira
contra nós. Praias impróprias, aeroporto caótico, cidade suja e esburacada,
entre outros pontos negativos”, afirmou.
Segundo o recepcionista Carlos
Bruno Melo de Oliveira, do Litorânea Praia Hotel, localizado na Avenida
Litorânea, em 2011 o local registrou 85% na ocupação entre negócios e lazer.
Neste ano, a ocupação chega a 60%. Porém, grande parte deste percentual se deve
ao turismo de negócios, que, conforme Carlos Bruno, tem sido o carro-chefe do
empreendimento.
“Grupos de pessoas que participam
de grades eventos em São Luís, costumam chegar às terças-feiras e ficam até
sexta. Já no fim de semana o movimento é bem menor. Infelizmente a procura por turismo de lazer
ainda é pequena, pois a balnea-bilidade das praias não ajuda, o aeroporto muito
menos e a falta de divulgação do São João deste ano praticamente não aconteceu.
Até a escassez das chuvas nos prejudicou, pois as lagoas situadas em
Barreirinhas estão secas e por isso os passeios se tornam menos atrativos”,
disse o gerente.
Para superar o problema da baixa
ocupação, o setor aposta em tarifas diferenciadas, o que acaba sendo um
atrativo a mais para os visitantes. Também são oferecidos serviços sempre
exigidos pelos hóspedes: estacionamento, acesso à internet, acomodação
confortável, fácil localização e um bom café da manhã.
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