segunda-feira, 18 de junho de 2012

Rede hoteleira de São Luís vive ‘São João da crise’


Ocupação dos hotéis, que em junho do ano passado foi de 75%, este ano atinge apenas 30%; turistas dizem que a festa está ‘desanimada’

POR JULLY CAMILO - do Jornal Pequeno

O setor hoteleiro da capital maranhense registra uma baixa considerável na ocupação, em relação ao mesmo período do ano passado. A ocupação dos hotéis, que em junho do ano passado foi de 75%, neste ano atinge apenas 30%. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), o turismo em São Luís está sendo prejudicado pela crise internacional – que inibe o volume de visitantes estrangeiros –, pelas condições impróprias das praias da capital maranhense para banho e pelas condições precárias do aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado.

A crise na ocupação dos hotéis ludovicences é confirmada por gerentes da rede. Pedro Lopes, gerente de hospedagens do Rio Poty Hotel, situado na Ponta d’Areia, disse que no ano passado foi registrada uma ocupação de 60%. Este ano, em relação ao mesmo período, o percentual chega a 30%.

“Temos 120 apartamentos, academia completa, restaurante e piscina. Indicamos serviços de táxis e agencias de turismo especializado em passeios para Alcântara e os Lençóis Maranhenses. Porém, apesar de todos os atrativos, a demanda ainda é tímida. O que tem movimentado o nosso hotel é o turismo de negócios, pois São Luís é uma capital de grandes investimentos. Estamos realizando também, promoções de hospedagem com descontos nas diárias, com o objetivo de atrair mais turistas, afinal o nosso turismo de lazer praticamente não existe, ainda mais agora com as praias impróprias para banho”, explicou Lopes.

No Centro Histórico, o recepcionista David Aguiar, do Lord
Hotel, situado a Rua de Nazaré, com mais de 50 anos de tradição, contou que este ano o hotel também registra apenas 30% de ocupação, e que a expectativa é baixa em relação ao mesmo período do ano passado, quando o hotel já havia registrado 55% nos primeiros dias de junho.

Aguiar disse que ouviu muitos turistas reclamarem da sujeira nas ruas e do abandono do Centro Histórico. “Por aqui recebemos muitos estrangeiros, e acredito que, em decorrência da crise internacional, a vinda deles ficou bastante comprometida, já que o registro de hóspedes de nacionalidade internacional foi pequeno até agora. Nós também estamos com algumas promoções, mas não acreditamos em um possível aumento de demanda, já que tudo em nosso estado conspira contra nós. Praias impróprias, aeroporto caótico, cidade suja e esburacada, entre outros pontos negativos”, afirmou.

Segundo o recepcionista Carlos Bruno Melo de Oliveira, do Litorânea Praia Hotel, localizado na Avenida Litorânea, em 2011 o local registrou 85% na ocupação entre negócios e lazer. Neste ano, a ocupação chega a 60%. Porém, grande parte deste percentual se deve ao turismo de negócios, que, conforme Carlos Bruno, tem sido o carro-chefe do empreendimento.

“Grupos de pessoas que participam de grades eventos em São Luís, costumam chegar às terças-feiras e ficam até sexta. Já no fim de semana o movimento é bem menor. Infelizmente a procura por turismo de lazer ainda é pequena, pois a balnea-bilidade das praias não ajuda, o aeroporto muito menos e a falta de divulgação do São João deste ano praticamente não aconteceu. Até a escassez das chuvas nos prejudicou, pois as lagoas situadas em Barreirinhas estão secas e por isso os passeios se tornam menos atrativos”, disse o gerente.

Para superar o problema da baixa ocupação, o setor aposta em tarifas diferenciadas, o que acaba sendo um atrativo a mais para os visitantes. Também são oferecidos serviços sempre exigidos pelos hóspedes: estacionamento, acesso à internet, acomodação confortável, fácil localização e um bom café da manhã.

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